quarta-feira, 30 de abril de 2008

O Belo como Símbolo de Moralidade

Immanuel Kant (1724-1804) foi o pensador mais significativo da época moderna. Escreveu várias obras, dentre elas três que são consideradas as principais dentro do seu pensamento: A Crítica da Razão Pura, A Crítica da Razão Prática e a Crítica dos Juízos. Elas descrevem sobre o conhecimento, a moral, a sensibilidades, o sentimento do belo e sobre os juízos estéticos.
No dia 26/04/2008 o mestrando Luciano da PUC-PR expôs o seu projeto para os alunos do terceiro período de Filosofia, relatando sobre o belo com símbolo de moralidade em Kant. Nessas linhas que seguem tentarei reproduzir a explicação do mestrando na questão do belo em Kant.
Para Kant a ligação entre a faculdade cognitiva e a dimensão da sensibilidade, é a faculdade do juízo, relacionada aos sentimentos, porém, não o sentimento de ciúmes, raiva, alegria..., mas, o sentimento estético, o sentimento de prazer e desprazer que se tem com os objetos. Ele afirma que o juízo de gosto“...não é nenhum juízo de conhecimento, por conseguinte não é lógico e sim estético, pelo qual se entende aquilo cujo fundamento de determinação não pode ser, senão, subjetivo”. (Kant, 1997, p.93). No juízo de gosto não se faz referência ao objeto, como num juízo de conhecimento, mas refere-se ao modo como o sujeito sente-se e é afetado pela sensação causada pela representação desse objeto.
Segundo Kant, os juízos de gosto ou juízo estéticos, possuem três alcance: o belo, o agradável e o útil. O agradável e o útil são sentimentos despertados em vista de fins e interesses particulares, eles são contrários ao sentimento de belo, porque este é desprovido de qualquer interesse ou finalidade que não seja ele próprio.
Quanto ao belo, ele não pode ser uma propriedade objetiva das coisas, mas sim algo que nasce da relação entre objeto e sujeito. É aquela propriedade que nasce da relação dos objetos comparados com o nosso sentimento de prazer e que nós atribuímos aos próprios objetos. Kant distingue o belo em quatro categorias:
-Belo é o objeto de “prazer sem interesse”. Não está ligado ao grosseiro prazer dos sentidos e que não está ligado sequer ao útil econômico ou ao bem moral.
-Belo é “aquilo que agrada universalmente, sem conceito”. O prazer do bem é universal, porque vale para todos os homens e, portanto, se distingue dos gostos individuais. Trata-se, portanto de uma universalidade subjetiva, no sentido de que vale para cada sujeito.
-“A beleza é a forma da finalidade de um objeto, enquanto é percebido sem a representação de objetivo”. O belo nos dá uma impressão de ordem e de harmonia, isto é, de um fim para o qual estão voltados os elementos do objeto representado.
-“O belo é aquilo que é reconhecido, sem conceito, como objeto de prazer necessário”. Trata-se, obviamente, não de uma necessidade lógica, mas sim subjetiva, no sentido de que se trata de algo que se impõe.
O belo não está, portanto, nos objetos, como uma característica que lhes seria própria, nem puramente no sujeito, sem que ele precisasse do mundo. O sentimento se dá em relação sujeito e objeto. Um objeto não pode ser pensado separadamente do sujeito. O sujeito que precisa deixar gradativamente os seus interesses e gostos pessoais, para estar aberto ao sentimento de belo. Para Kant as condições de universalidade do sentimento do belo se dão na sua complacência necessária, isto é, uma satisfação desinteressada e que agrada os sentidos.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Consciente e Inconsciente em Freud

Durante mais de quarentas anos Freud explorou o inconsciente pelo método da associação livre, desenvolvendo a primeira teoria compreensiva da personalidade.

Ele comparava a mente a uma montanha de gelo flutuante, em que a parte que se vê na superfície representa a região da consciência, enquanto a massa maior submersa representa a região do inconsciente. No vasto domínio do inconsciente são encontrados os impulsos, as paixões, as idéias, os sentimentos reprimidos.
Além do inconsciente Freud estrutura a personalidade em três grandes sistemas: id, ego e superego.
Id: é chamado por Freud como a verdadeira realidade psíquica, porque ele representa o mundo interno da experiência subjetiva e não tem conhecimento da realidade objetiva.
Ego: existe porque as necessidades do organismo requerem transações apropriadas com o mundo objetivo da realidade. Seu papel principal é o de intermediário entre as exigências instintivas do organismo e as condições do ambiente. Seus objetivos com sistema em manter a vida do indivíduo e garantir a reprodução da espécie.
Superego: é a arma moral da personalidade; representa mais o ideal do que o real e tende mais à perfeição do que no prazer. Sua preocupação principal é decidir se alguma coisa é certa ou errada, de modo a poder a pessoa agir em harmonia com os padrões morais autorizados pelos agentes da sociedade.
Embora cada um desses sistemas tenha suas próprias funções, propriedades, componentes, princípios operantes, dinamismos e mecanismos, atuam um sobre o outro tão estreitamente que é difícil, senão impossível, destacar seus efeitos e determinar a contribuição de cada um para o comportamento humano. O comportamento é quase sempre o resultado da interação desses três sistemas; raramente um sistema funciona com exclusão dos demais.
No filme O Porteiro da Noite, nos relata bem a questão da estrutura da personalidade de Freud, ressaltando o ego que está ligado à pulsão e ao recalque, nome conhecido pelos psicanalistas, diferente dos psicólogos que chamam o recalque de memória afetiva, com isso, só muda a terminologia, pois no fundo é a mesma coisa. O exemplo do recalque percorre todo o filme, dando início no momento, em que a moça entra no hotel juntamente com o seu marido e o porteiro Max olha para ela , com isso ocorre imediatamente o insight, entre porteiro e a moça. O que estava no seu inconsciente, passa para o consciente se recordando que já o conhecera quando estava no Campo de Concentração. Começam a reviver o momento de dor e de gozo entre as dificuldades e os martírios na época do nazismo no Campo de Concentração.
A memória afetiva, muitas vezes ocorre na nossa história, mas não temos consciência do que se trata, pois pode ser uma coisa que aconteceu na nossa infância e ficou guardado no nosso inconsciente. Por exemplo, quando estamos andando na rua, de repente deparamos com um cachorro, automaticamente temos a tendência a atravessar a rua, sem saber a motivação do medo. A questão vem á tona porque podemos esquecer os fatos, mas não a emoção que nos acompanha, esta permanece no inconsciente, pronta para aflorar quando se apresentam circunstâncias semelhantes.
Quando ocorrer essas situações na nossa história é importante partilharmos com uma pessoa que esteve próxima de nós na infância, ou quando temos a oportunidade de fazermos uma análise ou terapia, isso nos ajudará muito, pois começamos a viver de uma forma mais livre e integrada conosco mesmo e com os outros.

sábado, 19 de abril de 2008

Este vídeo foi baseado na aula da Mestranda Sônia, que relatou sobre do Dever em Kant

Caderno de Atividades



Este caderno de atividades tem por objetivo atingir o público jovem no que se refere ao pensamento de Freud e Lacan sobre a ética da psicanális

1. Contextualização

1.1.Freud: Sigmund Freud nasceu na Moravia, em 6 de Maio de 1856, e morreu em Londres, em 23 de Setembro de 1939. Durante quase oitenta anos viveu em Viena, tendo deixado a cidade quando os nazistas ocuparam a Áustria. Ainda jovem, decidiu ser cientista na Universidade de Viena em 1873, lá se graduando oito anos depois. Freud nunca pensou em clinicar, mas as escassas recompensas do trabalho científico, as limitadas oportunidades de progresso acadêmicos para um judeu e as necessidades crescentes da família forçaram-no a exercer a profissão. Apesar disso, ainda encontrava tempo para pesquisar e escrever. Suas realizações como pesquisador médico rapidamente lhe granjearam grande reputação.
1.2. Lacan: Jacques-Marie-Émile Lacan, nasceu em Paris, em 13 de abril de 1901, em uma família burguesa de origem provinciana e de sólida tradição católica. Lacan perdeu a fé no final dos anos 20, esse foi o clímax de uma verdadeira interrogação. Como se fizera com seus outros irmãos, acrescentou-se ao seu nome o da Virgem Maria. Progressivamente, renunciaria a esse nome, nos diversos textos escritos no período entre-guerras. O clima familiar, até mesmo banal, horrorizava Lacan .Em 1918, o jovem não encontrou entre os que voltaram da guerra o pai carinhoso, moderno e cúmplice, que tanto amava na infância. No entanto, tinha sido uma tia materna quem percebera a precocidade do menino, permitindo que estudasse no colégio Stanislas, em Paris; seu condiscípulo Louis Lepreince-Ringuet relatou seus dotes de então para a Matemática. Depois de estudos no Colégio Stanislas, Lacan rompeu com o catolicismo


2. Linha do Tempo

A onda revolucionária iniciada em Paris no mês de 1848 espalhou-se pela Europa. Ela desencadeou rebeliões populares contra a opressão política e a desigualdade social que ainda prevaleciam em vários países. Encerrava-se o longo período de reformas políticas iniciado com a revolução de 1789.
O século XIX foi marcado por inúmeros conflitos e transformações. Crescia vertiginosamente a demanda por matérias-primas, por mão de obra, por mercados consumidores. As cidades viveram simultaneamente um intenso processo de crescimento, muitas vezes resultando em péssimas condições de vida e inúmeros problemas sociais. O ritmo de vida deixou definitivamente de ser regido pela natureza e passou a ser defendido pelo relógio. O movimento, a agitação, a mudança, a intermitência, o provisório, o transitório marcam a vida social no plano concreto.
Para as ciências, o final do século XIX representou mais do que uma mudança radical da imagem que se tinha do mundo, significou também um questionamento dos seus próprios fundamentos, o que levou ao surgimento de novas disciplinas.
As ciências sociais se enriqueceram, partindo para novas abordagens menos centradas no espaço e no tempo humano e mais preocupadas com o campo das representações, ou seja, com a percepção e a compreensão dos indivíduos acerca dos fenômenos sociais
Em 1986, pela primeira vez é empregado o termo psicanálise, pelo médico vienense Sigmund Freud (1856-1939). A psicanálise não é um ramo da psicologia nem da psiquiatria, também não é uma doutrina filosófica, mas tem grande influência entre os filósofos preocupados com as expressões simbólicas da mente humana. Freud utilizou o termo psicanálise para designar o estudo das representações do inconsciente na psique humana.


3. Texto: Psicanálise como a experiência ética


Psicanálise é a experiência sobre a relação do sujeito com o desejo, na tentativa de satisfação frente a castração simbólica.
Freud e Lacan tentam elevar a psicanálise como um saber científico. Saber, que enuncia a articulação do inconsciente. Freud mostrou que a psicanálise era um a novidade que vinha a destronar o lugar de reinado do sujeito da consciência.
O empreendimento psicanalítico buscava constituir-se como terapia e como reflexão da cultura. Os psicanalistas desenvolveram diferentes modos, dos quais a psicanálise se aplica ao tratamento clínico entendendo a cura de diversas maneiras.
A psicanálise não pode ser uma ciência da natureza, como não pode ser em modo da matemática, mas está além da cientificidade mal sucedida.
Para Freud não como colocar a psicanálise no interior de uma epistemologia pautada por aquela dicotomia, senão apenas com um equivoco ou uma falsa ciência.
Para Lacan a psicanálise compreende-se como uma ética, como experiência da relação do sujeito com o seu próprio desejo e com as barreiras que separam um do outro.
Nesse sentido é preciso desconstruir outra dicotomia nomeada como ôntico-ético e reconstruir o sentido no qual podemos falar das condições de possibilidade do desejo e de uma ética do desejo. Embora Freud tenha recorrido a mitos para explicar aquilo que não tem referencia empírica nem demonstração argumental, o que estava em jogo em cada caso, especialmente no Édipo, era mostrar uma estrutura que permitisse dar conta do funcionamento de fenômenos ou manifestações sintomáticas que se encontram na clinica.
Para Lacan o inconsciente não é o âmbito das trevas, o irracional a caixa preta ou qualquer coisa que se possa reduzir a uma experiência mística ou a uma relação de oposição neutralizadora com a razão. O inconsciente esta estruturado como uma linguagem. E é na busca da articulação que o analista precisa se comprometer.
Assim Freud e Lacan apresentariam as condições de possibilidades daquilo que permite entender as manifestações inconscientes, mas na sua singularidade e não numa regularidade normativa. Porem Lacan, em vez de recorrer aos mitos, modela construindo esboços de aparelhos em relação com a linguagem e com aquilo que ela não alcança.
O aparelho do psiquismo humano dispõe-se a partir dos registros do real, do simbólico e do imaginário. Registros estes que permitem trabalhar a relação do sujeito com o desejo como uma experiência ética. É assim que Lacan chama aquilo que esta no próprio principio da entrada da psicanálise.
Mas Lacan chama atenção para a Coisa (das Ding) que é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de principio do prazer. Assim a deriva teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding esta, nesse sentido, para alem do princípio do prazer e do principio da realidade. O principio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo pra fora do simbólico.
Para Lacan a ética articula-se por meio de uma orientação do referenciamento do homem em relação ao real. O que busca é para alem do dever, dos bens e da lei, uma transgressão do desejo uma certa função ética do erotismo. Mas, na medida em que o desejo esta para alem da lei, o risco da de nos encontramos com nada é inevitável.
A ética do desejo é uma ética sem modelos. Certamente, o para alem da lei exige ou demanda uma erótica, um erotismo na experiência ética. Mas para que objetos venham a ocupar o lugar da coisa, o vazio da Coisa é preenchido temporalmente por coisas que, a principio são substituíveis por objetos que sustentam uma identificação simbólica, por imagem sublimadas. Aqui a fantasia sádica nos apresenta claramente uma relação com o objeto de desejo, no qual, o nosso prazer pode ser realizado de todos os modos possíveis sem que o objeto perca a sua beleza. No caso do sadismo, o sádico realmente nega que o gozo seja impossível, e vai enfrente confundindo-se com o próprio objeto.
Assim, se o dever seria um recalque (ou pelo menos o controle dos impulsos do desejo) pela obediência da lei o gozo sádico não seria propriamente um para-além-da-lei, mas uma afirmação da lei de que é possível alcançar o gozo que é a lei. A outra lei, proíbe, na tentativa de regular, de determinar as relações entre os sujeitos. No sádico, trata-se da desmedida da lei, da renegação da castração simbólica, que dirige a pulsão, pulsão sado-masoquista, para uma tentativa da satisfação que retorna num modo invertido.


4. Conceitualização

PSICANÁLISE: Psicanálise é a ciência do inconsciente que foi fundada por Sigmund Freud (1856-1939). Um método de investigação, que consiste essencialmente em evidenciar o significado inconsciente das palavras, das ações, das produções imaginárias (sonhos, fantasias, delírios) de um sujeito. A psicanálise é um conjunto de teorias psicológicas e psicopatológicas em que são sistematizados os dados introduzidos pelo método psicanalítico de investigação e de tratamento. A aceitação de processos psíquicos inconscientes, o reconhecimento da doutrina da resistência e do recalcamento e a consideração da sexualidade e do complexo de Édipo são os conteúdos principais da psicanálise.

DESEJO: O desejo que Freud nomeia é enigmático, e se diferencia da necessidade, que pode se satisfizer num objeto adequado. Como é sabido, o desejo é de outro registro para a psicanálise. Ele aparece mascarado nos sintomas, sonhos e fantasias, que são signos de percepção pelos quais uma experiência de prazer ou desprazer tem sido memorizada no aparelho psíquico. Quando se procura o objeto na realidade, a procura é a partir desses traços, objeto que remete a algo perdido desde o início, mas que deixa uma inscrição. Isto determina a dimensão do impossível para a psicanálise; um impossível lógico. "Desejo é o impulso de recuperar a perda da primeira experiência de satisfação"
O desejo é sempre outra coisa, que năo satisfaz as pulsőes. Pressupőe a falta. Para Freud o desejo tem sua gênese na perda da simbiose; para Lacan, é necessária uma relação do sujeito com a falta.

INCONSCIENTE: Em psicanálise, o inconsciente é um lugar desconhecido pela consciência: uma "outra cena". Freud apresenta o inconsciente em duas tópicas. A primeira tópica trata de uma instância ou sistema constituído por conteúdos recalcados que escapam às outras instâncias, o pré consciente e o consciente. Na segunda tópica, deixa de ser uma instância, passando a servir para qualificar o isso e, em grande parte, o eu e o super-eu.

SIGNIFICANTE: O sujeito é representado pelo significante. Segundo a definição de Lacan, o significante é o que representa o sujeito para outro significante. O significante năo é só antônimo em relaçăo ao significado. Tem uma importância essencial que não pode ser atribuída ao significado. Năo tem qualquer correspondência com o significado do signo lingüístico. A partir do significante pode ser revelada uma parte da verdade do sujeito, mas năo­ toda, já que seu desnudamento total faria desaparecer o recalque e aniquilaria o sujeito. Os significantes deslizam de um a outro, formam uma rede, trazendo um sentido expresso e outro latente.

COISA: Para Lacan a Coisa (das Ding) é condição de possibilidade de qualquer coisa ou bem da realidade do sujeito. Em suma a Coisa é o que do real padece dessa relação fundamental, inicia, que induz o homem nas vias dos significantes, pelo mesmo dele ser submetido ao que Freud chama de principio do prazer. Assim teria como direção o inorgânico, o vazio, e a morte. O campo de das Ding está, nesse sentido, para além do princípio do prazer e do principio da realidade. O principio de prazer guia o homem de significante em significante, mas a Coisa não é um significante. Refere-se à morte, é um pulo pra fora do simbólico.


5. Indicações Bibliográficas

MILLER, Jacques- Alain. Percurso de Lacan. Editora: Jorge Zahar, 1984, Argentina- Buenos Aires.
DAVIDOFF, Linda L.. Introdução à Psicologia. Editora Makron, 1998, Rio de Janeiro.
CHEMAMA, Roland. Dicionário de Psicanálise Larousse. Editora Artimédicas Sul, 1995 Porto Alegre.
FREUD, Sigmund. A história do movimento psicoanalítico. São Paulo, Abril Cultural,1974. (col.Os pensadores)
_____.Esboço de psicanálise. São Paulo, Abril Cultural,1974.(col. Os pensadores).
_____.Cinco lições de psicanálise. São Paulo,Abril Cultural,1974.(col.Os pensadores.


6. Indicação de Filmes


O Amigo Oculto / Título Original: Hide and Seek / Gênero: Suspense Tempo de Duração: 101 minutos / Ano de Lançamento: 2005 / Atores principais: Robert De Niro (David Callaway) e Dakota Fanning (Emily Callaway)

A Prova / Título Original: Proof / Gênero: DramaTempo de Duração: 99 minutos / Ano de Lançamento: 2005 / atores principais: Gwyneth Paltrow (Catherine), Anthony Hopkins (Robert), Hope Davis (Claire), Jake Gyllenhaal (Hal)



7. Perguntas Reflexivas sobre o tema


1.Por que Freud e Lacan não são considerados psicólogos,mas terapeutas?

2.Qual é a relação ente Freud e mito?

3. “A máxima sadiana não nos confronta com o desejo: é a partir do outro que a ordem nos solicita. Em última análise, o sádico é o objeto”. A partir dessa frase, discuta com seus colegas e explique o que é sadismo.


8. Charge
Observe as figuras e faça uma interpretação crítica de 15 linhas.






9. Dinâmica



Dinâmica do Relógio
Numa aula de cinqüenta minutos faremos a dinâmica do relógio que se realizará da seguinte forma:
- Cada pessoa deve escolher uma outra para partilhar a pergunta se será feita pelo professor quando o relógio bater uma hora (1h:00).
- Cada pergunta terá o tempo de cinco minutos para ser partilhada com o amigo, com isso, cada pessoa terá dois minutos e meio para partilhar cada questão. Após esse tempo, as pessoas devem mudar de parceiros, para partilharem outra pergunta, quando o relógio bater duas horas (2h:00) e assim por diante, até o relógio bater doze horas (12h:00).
- As horas do relógio são fictícias, o que vale é o tempo de cinco minutos.
Perguntas:
01h:00 Fale o que você entendeu do texto?
02h:00Fale o que é a sublimação para você?
03h:00Comente o que você entendeu sobre a coisa em Freud?
04h:00 Comente quem é Lacan?
05h:00 Fale que é Freud?
06h:00 O que é pulsão para Freud?
07h:00 Comente o que você pode trazer do texto para sua vida real?
08h:00 O que você entende por psicanálise?
09h:00 Comente o que é o divã, para você?
10h:00 Fale sobre o que é o recalque para você?
11h:00 Comente o que você tem mais dificuldade para falar para as pessoas em relação a você?
12h:00 Fale qual foi a pergunta que você mais gostou e o porquê?

Após a dinâmica reuniremos toda a turma em circulo para discutir um pouco sobre as questões, discutidas nas duplas.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

A Grande Contradição

Filme: A última tentação de Cristo
(the Last Temptation of Christ, EUA, 1988)
Gênero: Drama
Distribuidora(s): CIC, Universal Pictures do Brasil
Produtora(s): Cineplex-Odeon Films, Universal Pictures
Diretor(es): Martin Scorsese
Roteirista(s): Nikos Kazantzakis, Paul Schrader
Elenco: Willem Dafoe, Harvey Keitel, Paul Greco, Steven Shill¹, Verna Bloom,
Barbara Hershey, Roberts Blossom, Barry Miller, Gary Basaraba, Irvin Kershner,
Victor Argo, Michael Been, Paul Herman, John Lurie, Leo Burmester.



Filme: A Paixão de CristoTítulo original: The Passion of the ChristPais: EUA
Idioma: Aramaico Grego
Ano: 2004
Direção: Mel Gibson
Roteiro: Mel Gibson e Benedict Fitzgerald
Elenco: James Caviezel, Maia Morgenstern, Hristo Jivkov, Francesco De Vito, Monica Bellucci, Mattia Sbragia, Toni Bertorelli, Luca Lionello, entre outros.



Os dois filmes mostram a figura do Messias, o carpinteiro, que viveu e morreu, por amor à humanidade, mas continua vivo na memória das pessoas nos nossos dias atuais. Relatam-nos também, uma questão verdadeira que foi a Paixão e a Tentação de Cristo, mas de uma forma não muito real.
Mel Gibson nos relata a dor, o sofrimento, a violência e o modo desumano de Cristo que se entrega por amor, de uma forma muito trágica, com isso, transparece a sensação que o Filho de Deus, não tem mais ninguém para sustentá-lo, nem mesmo o Pai que lhe enviou e uma parte da humanidade que não o acolheu do início ao fim, de seu percurso na terra. Do outro lado oposto, Scorsese vem relatar-nos um Jesus não evangélico, mas apócrifo e de uma total heresia.
Nos evangelhos vemos que esta realidade não é verídica, porque como percebemos no Evangelho de São João, Jesus se Encarna e após sua missão se entrega, para ser crucificado, pois já cumpriu sua missão na terra. Diante dessa realidade, São Thomas de Aquino na Suma Teológica nos relata que a Paixão começa em Cristo, mas perdura até os Santos de nossos dias. Isso vem nos afirmar que Cristo não sofreu a sua Tentação e Paixão em vão, Ele não morreu por nenhuma doença, mas mostra-nos que sua morte foi voluntária, porque com sua morte nos conduz a Vida Eterna.
Por fim, tanto a mídia, como o povo que era contra Jesus, deprava e depravaram o seu nome, mas não conseguiram, porque Ele continua vivo e Repleto de Luz no meio de nós.
Caro leitor, que tal, assistir aos dois filmes e ter os evangelhos como texto base? Assim, poderemos analisá-los e perguntarmos. Qual é verdadeira realidade de Jesus Verbo Encarnado, na sua Tentação e Paixão?





Música: NINGUÉM TE AMA COMO EU (nos revela o grande amor de Jesus na Cruz, pela humanidade)

Tenho esperado este momento, tenho esperado que viesses a mim.
Tenho esperado que me fales, tenho esperado que estivesses assim.
Eu sei bem o que tens vivido, sei também que tens chorado.
Eu sei bem que tens sofrido, pois permaneço ao teu lado.
Ninguém te ama como eu, ninguém te ama como eu.
Olha pra cruz esta é a minha grande prova.
Ninguém te ama como eu, ninguém te ama como eu.
Olha pra cruz foi por ti, porque te amo, ninguém te ama como eu.
Eu sei bem o que me dizes ainda que nunca me fales.
Eu sei bem o que tens sentido,ainda que nunca me reveles.
Tenho andado a teu lado, junto a ti permanecido.
Eu te levo em meus braços, pois sou teu melhor amigo.

Qual é a verdade?


Filme: A vida de David Gale
Elenco: Kevin Spacey, Laura Linney, Kate Winslet, Gabriel Mann, Rhona Mitra, Leon Rippy.
Gênero: Drama.
Duração: 130 minutos



David lecionava dentro da Universidade de Texas e na aula de filosofia citava as frases de Lacan, como: “O momento que achar o que procuro, paro de procurar”, “Na vida devemos viver por ideais” e “Devemos sempre valorizar a vida dos outros”. Relatava também, a questão do significado, significante e desejo da pessoa humana.
Certo dia David foi num debate para defender contra a pena de morte e pronunciar as injustiças das pessoas que estão nos corredores da morte inocentemente. O debatedor, não concordou com a sua posição, com isso,


David, sua amiga que sofria de leucemia e um outro companheiro armaram uma simulação, na qual, sua amiga concordou em morrer para provar que nem todas as pessoas são julgadas por verdadeiros crimes, na câmera de gás. Após essa tragédia, David é acusado de ter estuprado e matado cruelmente sua amiga. Nesse momento da sua vida, ele perde o emprego, a família e entra no mundo do alcoolismo, porém, não desanima, pois ainda não encontrou o que procura.
O exemplo da amiga de David, que se suicida, é a melhor solução para provarmos uma verdade? Nós teríamos a coragem e acharíamos que essa é a melhor solução para defendermos uma causa? Ou podemos usar de outros recursos para provar o fato e a inocência de muitos caluniados?



Quatro dias antes ele chama um repórter para contar a realidade, recomendando à jornalista: “você não está aqui para me salvar, mas está aqui para limpar minha memória diante do meu filho”. Kate (repórter), questiona o sistema judicial pela condenação, começando a acreditar na inocência do condenado, pois todo o seu relato parece muito verídico, mas, o interior da vida de David quer provar como muitos estão lá injustamente. David Gale além de convencer sua amiga morrer, arrasta a jornalista que acaba acreditando na sua farsa. Uma mentira que se torna verdade, mas de maneira um pouco trágica, porque coloca a vida de outras pessoas, para provar uma verdade. Quantas vezes no mundo não seguimos a nossa própria consciência para agradarmos os outros, que enganam a si mesmo, persuadindo o outro a negar as suas convicções, isso muitas vezes ocorre de maneira inconsciente.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Lei Moral em Kant

O objetivo da pesquisa é validar a pressuposição de que a antropologia pragmática é uma antropologia moral, uma vez que objetiva demonstrar o que o homem pode fazer da sua natureza, ou seja, como se articula a sensibilidade do ser racional e o cumprimento da lei moral. Se conseguirmos validar tal hipótese de trabalho também poderemos asserir que a moral kantiana, principalmente nos textos tardios, tem um aspecto heurístico, cujos conceitos possibilitam demonstrar a relação entre fenômenos, de tal modo a descrevê-los e caracterizá-los. No livro Die Reliogion é o compromisso do gênero humano consigo enquanto que na Antropologie é a idéia do ser humano como cidadão do mundo.
A religião racional é derivada da moral pura, porque por meio da idéia de Deus como legislador moral, ordena o gênero humano a cumpri os deveres morais como se fossem deveres divinos. A religião racional é a referencia, ou o compromisso do gênero humano para consigo. Que são as virtudes que se desmembra no legislador moral que é o próprio Deus. Kant reduz a religião à moral e transforma em discurso religioso, que desmembra da fé racional que é fundamentada numa boa conduta moral. As revelações bíblicas auxiliam o homem no cumprimento do dever e não determinam a máxima moral adotada na ação. A interpretação da fé eclesial pode conter erros, porque está fundamentada em um estatuto e doutrinas de uma religião, e a fé é revelada por meio de tratados, epistola e outros documentos religiosos pelo chefe eclesial. Depois essa fé racional auxilia para máxima moral que é o supremo bem, que implica o compromisso do gênero humano consigo mesmo. A máxima moral é a lei moral que está escrita no coração de cada homem efetivando o acordo do gênero humano consigo que é: “nunca se deve utilizar o outro ser humano como meio, mas sempre como fim”.
Por fim, a religião ou o discurso religioso pode tornar um discurso moral e pode auxiliar o homem a determinar a sua vontade segundo a lei moral, ou seja, para kant dentro da moral há um espaço para simbolização de que não é apenas por uma estrutura lógica que a vontade do homem é determinada. Explica-se, então que, a sensificação não equivale a significação, pois se falasse que as duas coisas são equivalentes, não poderiam abrir um domínio semântico para religião, estética, ou seja, como essas podem contribuir na orientação da vontade do ser racional finito, que não é apenas um ser racional mas também um ser simbólico porque está imerso em uma cultura. Em suma, a tese apresentada mostra que a simbolização ou os discursos religiosos estéticos tem a ver com a determinação do ser finito por meio de uma lei moral.